Eu e O Tempo.

A Persistência da Memória de Salvador Dalí

Chegou a hora de falar tudo o que está preso aqui dentro.

Chegou a hora de sair do armário, e conhecer o seu Quarto.

Pintar quadros e arrumar tudo o que ficou na bagunça do passado.

Levar água para os Camelos no Deserto e plantar flores no Calçadão da Fama.

Não vou deixar o Tempo passar sem dar um beliscão, arrancar algo de bom...

E nessa pressa, quero ver a Lua... 

Nua, 

Escondida, 

Ou mostrando o seu Clarão...

Quero caminhar com as pessoas que pensam num Futuro melhor,

E fazer da minha Vida um Filme recordista de Bilheteria.

Ser o Diretor, capaz de mudar os detalhes de cada Cena,

Ficar Velho e continuar sendo 'amante' do Cinema...

Deixar você partir em busca de seu Cais,

Prometo não chorar...

Vou caminhar pela Avenida e seguir os carros pra ver onde você foi parar.

No labirinto do seu Corpo, me perder... 

E te roubar pra mim.

Vejo a idade chegando descaradamente nos cabelos da minha Mãe,

E mudamos de lugar, como o mês muda no Calendário,

Minha Vó mudando a forma de pensar, de Viver e de se vestir...

Minha Irmã escrevendo no Diário, que ficou com o menino mais lindo do Colégio.

E eu vejo a Vida passar e faço o Tempo valer a pena...

Deixo o passado no Começo, o Presente deixo se esbarrar com o meio da História...

E o Fim...? 

Tudo me faz pensar que não existe o Fim... 

Não faça do Fim, uma espera. 

Aproveite os anos, meses, dias, horas e segundos que lhe resta...

E verá que o Fim, só existe, se desejarmos.

Por Iann Telles.