[...] Sua Amizade... Um Presente de Deus!

"Eu não sou senhor do tempo, mas eu sei que vai chover
Me sinto muito bem quando fico com você
Eu tenho habilidade de fazer histórias tristes virarem melodia
E vou vivendo o dia-a-dia
Na paz, na moral, na humilde, busco só sabedoria
Aprendendo todo dia, me espelho em você
Corro junto com você, Vivo junto com você, Faço tudo por você..."

 

[...] Eu estou continuando a história de muitas pessoas que me contaram sobre Amizades.

Eu tomei um caminho diferente dos meus antigos amigos. Hoje trabalho, estudo... Levo uma vida legal.

Alguns eu perdi quando se teletransportaram para o mundo das Drogas. Outros mudaram de Cidade.

Alguns perderam a Vida e outros a resgataram do fim do poço.

Sinto falta de quando roubavam manga verde no quintal do vizinho para comer com Sal (até hoje faço isso). 

Brincavam de Amarelinha, Garrafão, Pisa-Pé, Corda, Elástico, Bate-Lata... Aff! 

Muitas Brincadeiras. Muitas lembranças.

[...] Aos 14 anos, eu perdi o meu melhor amigo Gabriel. E pra mim foi o fim. Pensei que eu não ia mais conseguir fazer nada. Chorei muito (ainda choro), o nosso Grupo ficou sem ânimo pra brincar, pra "roubar" manga... Ele era o mais engraçado da turma. Sabia contar cada piada legal. 

Sempre iamos juntos pra qualquer canto. Quando ele era convidado pra uma festa e eu não... Ele me levava. Aprontávamos muito. Sempre no São João, nós  montavamos Fogueira na rua. Colocávamos as bandeirolas.

Ainda lembro dos nossos Piqueniques nas tardes de Sábado. Era pura resenha. Colocavamos músicas. Nos divertimos. 

Numa ida ao médico, ele descobriu que tinha uma bactéria na Aorta, uma artéria do Coração. Ficamos preocupados, mas ele era bem otimista. E dizia sempre que ia dar tudo certo. Ele usava medicamentos fortes e esperava na fila (imensa) do SUS por uma cirurgia. Depois dessa noticia, ele não podia correr, não podia subir na mangueira (ele quem "roubava" as tais mangas).

Gabriel era meu irmão. Minha mãe o chamava de Filho e ele a chamava de mãe.

Depois de uns anos... Numa tarde de quarta-feira, o chamamos pra brincar. Ele disse que não podia, pois tava com um pouco de dor na região do abdômen . Não brincamos. Á noite, fui á padaria com uma amiga e encontramos ele conversando com o dono da padaria e... Ele sorria. 

Seu sorriso era encantador... Só de pensar que aquele dia foi o último... Eu vi o seu sorriso pela última vez. 

Na manhã seguinte, eu recebi a noticia que ele tinha... Falecido! 

Chorei desesperadamente. 

As brincadeiras se tornaram chatas... Não tinhamos assuntos. Nossa turma foi dissolvendo-se.

Mas o seu Sorriso, eu jamais esquecerei.

Gabriel, aonde você estiver... Nunca... Nunca esquecerei de Você! 

[Estou chorando de saudades agora...]

Te amo, Cara.

[...] Dedico esse texto ao meu Grande Amigo, Gabriel (In memorian).

Chuchu*... Nós te amamos!

Texto: Ian Teles

Trecho da música: Senhor do Tempo de Charlie Brown Jr.

Imagem: Google

*Chuchu era o apelido de Gabriel.